Dr. Fabrício Matos, Coloproctologista em Itabuna-BA


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Fissura anal

A fissura anal representa uma continuidade no tecido epitelial escamoso localizado no canal anal distal que pode estender-se da junção cutaneomucosa até a linha pectínea.
É um tipo de afecção anorretal muito comum, atingindo ambos os sexos, independente de faixas etárias. Essa enfermidade é a causa principal de ocorrência de sangramento retal em crianças.

 

A origem dessa condição é geralmente atribuída ao reflexo de outras doenças como constipação, fezes endurecidas e esforço evacuatório. Quando o paciente tem evacuações frequentes e diarreia também pode ocorrer o surgimento da fissura anal.
A tese mais aceita sobre a causa da fissura anal é que ela surja devido ao emprego de forças mecânicas impostas no canal anal durante a evacuação fecal. Isso ocorre quando o paciente tem que fazer muito esforço para defecar. A estrutura de sustentação do canal anal aparentemente é mais delicada na área do eixo anteroposterior, por causa da posição elíptica do esfíncter externo do ânus, o que pode explicar as localizações mais frequentes dessas fissuras na linha média posterior e anterior.


Quando a fissura não está localizada na linha média posterior ou anterior, o médico analisa a possibilidade de outras causas para a condição do paciente. As doenças inflamatórias intestinais como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn são algumas das hipóteses que geralmente são consideradas primeiro.


Em alguns casos, as fissuras acabam cicatrizando espontaneamente, enquanto em outras situações elas tornam-se crônicas. O motivo para isso ocorrer ainda não é conhecido, apesar de que os casos de isquemia, infecção e mesmo obstrução linfática secundária ao processo inflamatório persistente estejam já listados como alguns dos fatores mais prováveis.

 

Sintomas

A reclamação mais comum das pessoas acometidas com casos de fissura anal é sentir dor na área perianal, que vem acompanhada de sangramento durante ou após defecar. A dor tem uma conexão direta com o ato evacuatório, embora, em certos casos, acabe persistindo por algum tempo depois do término. A presença de sangue no local não é uma característica sempre presente.

 

Diagnóstico

O médico fará a avaliação durante o exame proctológico. Somente dessa forma poderá confirmar se o paciente possui algum tipo de fissura anal. Quando o exame indica que existe a presença de um pequeno corte com leito raso, sem outras alterações, isso caracteriza a fissura anal aguda. Já quando o médico localiza uma úlcera bem clara, na qual pode ser vista até as fibras musculares do esfíncter interno do ânus expostas, o diagnóstico será de uma fissura anal crônica.

 

Tratamento

O especialista pode tratar a fissura anal com procedimentos clínicos ou cirúrgicos. O tratamento clínico pode incluir ações que têm como objetivo neutralizar evacuações traumáticas e combater a constipação. Serão feitas ao paciente algumas indicações de dieta e, em algumas situações, podem ser sugeridos banhos de assento como medida auxiliar para controle da dor. Essas medidas são indicadas para os casos de fissura anal aguda, não tendo um efeito significativo nos casos da fissura anal crônica.
Nos casos de fissura anal crônica o uso de medicamentos tópicos como diltiazem, dinitrato de isossorbida, óxido nítrico e toxina botulínica podem ter uma taxa de sucesso na cicatrização variando entre 50 e 85%. Infelizmente, o índice de reincidência é considerado alto, chegando até 50% dos casos.


Mesmo assim, a prática mais comum é tentar o uso do tratamento farmacológico para evitar, ou pelo menos postergar, a cirurgia. Apesar da intervenção cirúrgica ser mais invasiva, ainda é o recurso que tem os melhores indicadores de sucesso e as menores taxas de reincidência.