A constipação é uma das reclamações mais habituais de pacientes em consultas com especialistas na área gastrointestinal. Ela pode ser descrita como a condição em que o paciente tem a necessidade de fazer um esforço excessivo para evacuar as fezes. O paciente também pode relatar fezes muito rígidas, em pouca quantidade ou ter a sensação de que a defecação não foi completa. Em geral, o surgimento dessa condição está vinculado à perda da qualidade de vida da pessoa e também ao crescimento do estresse psicológico a que ela está exposta.

Mas as causas que levam ao aparecimento da constipação são muito numerosas. Justamente por isso é tão importante o diagnóstico e tratamento adequado.

Há uma prevalência no surgimento dessa condição em mulheres. Embora ainda não esteja muito clara a razão pela qual elas são mais atingidas pela constipação do que os homens, existe a possibilidade de que os níveis de hormônios – que podem influenciar diretamente o sistema digestivo – sejam a origem disso.

Existem algumas situações que habitualmente favorecem o desenvolvimento da constipação nas mulheres. Um exemplo disso é o período antes da menstruação. Quando a mulher passa por essa fase acredita-se que os líquidos que normalmente são utilizados pelo corpo no amolecimento do bolo fecal no cólon, acabam ficando presos em outras partes do corpo.

Durante o período da gestação também é comum acontecer da paciente relatar sofrer com a constipação. Isso reforça as suspeitas de que, por causa das mudanças hormonais, as mulheres tenham maior incidência dessa enfermidade.

Outra causa da constipação que atinge muito mais as mulheres é a obstrução da saída funcional das fezes. Isso acontece devido às mudanças na anatomia da área do assoalho pélvico (comum de ocorrer após a gestação). Essas alterações físicas acabam por interferir na forma da passagem das fezes.

Na maior parte dos casos, os pacientes constipados apresentam condições normais de trânsito pelo trato gastrointestinal e a constipação é considerada idiopática (sem causa evidente).

Em outras situações, pode existir o comprometimento do trânsito gastrointestinal vinculado a algum distúrbio motor primário do sistema digestivo. Isso pode estar ligado a uma doença, distúrbios metabólicos ou endócrinos, distúrbios neurogênicos, síndrome do intestino irritável (SII) ou pode também ser o efeito colateral de determinados medicamentos.

Diagnóstico

Para ser feito o diagnóstico da constipação podem ser necessários alguns exames. O médico especialista pode solicitar a realização de uma avaliação endoscópica, assim como exames de trânsito colônico, defecografia, manometria anorretal e outros exames radiográficos.

Tratamento

Para que o médico indique o tratamento da constipação é necessário que já se tenha bem definida a causa da condição. Entretanto podemos indicar que, geralmente, as indicações mais comuns são mudança na dieta e hábitos comportamentais do paciente, uso de medicamentos e, em algumas situações, intervenções cirúrgicas.